terça-feira, 10 de junho de 2025

A réplica no Expositor do Modelismo e Colecionismo, mais Histórico vem com o texto de um Doutor (de fato e de direito) no assunto Hipermilitarização da Sociedade: Marcelo Bordin , a quem agradeço pela contribuição no projeto!



Projeto #ColecionismoALP do Professor @cesaraugustoloitzenbauer

#CesarAugustoLoitzenbauer

"A réplica no Expositor do Modelismo e Colecionismo, mais Histórico vem com o texto de um Doutor (de fato e de direito) no assunto Hipermilitarização da Sociedade: Marcelo Bordin , a quem agradeço pela contribuição no projeto!

Aqui o texto, que está no expositor:

Hipermilitarização da segurança pública
por Marcelo Bordin

 O termo hipermilitarização não é novo, sendo citado em diversos trabalhos científicos, porém o conceito tem uma ampla interpretação. Para alguns pesquisadores está relacionado com a participação das Forças Armadas na atividade de segurança pública. Para outros, o fato das Polícias Militares exercerem o policiamento ostensivo a partir de 1967, três anos após o golpe cívico-militar de 64, seria também hipermilitarização. 
 Porém ao analisar a hipermilitarização como fato social nos termos propostos por Durkheim, e ao compreender a genealogia histórica da formação do ethos guerreiro ou militar, observamos que é um processo longo e cumulativo, passando por guerras nos mais diversos períodos históricos e nos mais diversos tipos de sociedade, com ou sem “estado”. Nesse sentido vemos que a ideia de “guerra” permeia toda a história da humanidade, contribuindo inclusive para a formação do “Estado Moderno”. No campo da segurança pública, a adoção da “guerras às drogas” pelo Presidente dos EUA, Richard Nixon na década de 1960, vai promover uma expansão da participação dos militares como força policial.
 Nesse sentido, o Brasil, historicamente, adota um modelo de “combate ao crime”, com o uso de forças militares stricto sensu na maioria das suas ações em detrimento de ações de investigação, passando a hipermilitarizar instituições denominadas “policiais civis”, que criam diversos grupos uniformizados para ações ostensivas, como por exemplo, a Coordenadoria de Recursos Especiais da Polícia Civil do Rio de Janeiro, que atua de forma semelhante ao BOPE (Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar do Rio de Janeiro).
 O fato social da hipermilitarização possui mais uma característica, que o torna uma “fato social total”, ideia essa proposta pelo Antropólogo Marcel Mauss, sobrinho de Durkheim, que defendeu mais uma característica do “fato social” proposto inicialmente: a capacidade de se inserir em toda a sociedade, ou seja, a capilaridade. Nessa direção, podemos pensar a participação dos militares, federais ou estaduais em diversos níveis da administração pública, seja no executivo, judiciário e legislativo, com a criação de assessorias militares em diversos órgãos públicos, sendo a forma mais evidente nos dias atuais, da militarização da educação, potencializado pela ideia neoliberal de meritocracia e de ordem em regiões pobres e periféricas.

Referências:
-BALKO, Radley. Rise of warrior cop: the militarization of America’s police forces. New York: Public Affairs, 2014. 
-BORDIN, Marcelo. A guerra é a regra: A hipermilitarização da segurança pública
no Brasil. [S. l.]: PG editorial, 2021-. ISSN 2252-3405.
-BRIGAGÃO, Clóvis. A militarização da sociedade. Jorge Zahar Editores, Rio de Janeiro, 1985. 
-MATHIAS, Suzeley Kalil. A militarização da burocracia: A participação na administração federal das Comunicações e da Educação 1963 -1990. Editora Unesp, São Paulo, 2004.
-MAUSS, Marcel. Sociologia e antropologia. São Paulo: Cosac & Naify, 2003."




 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

BANNER 6ª Mostra CPERS/Sindicato - #ALPodcast ESTÚDIO e #ALPodcast LIVE: podcasts da Escola André Leão Puente de 2019 a 2025

  BANNER 6ª Mostra CPERS/Sindicato - #ALPodcast ESTÚDIO e #ALPodcast LIVE:  podcasts da Escola André Leão Puente de 2019 a 2025 PROFESSOR OR...